sábado, 21 de novembro de 2009

Sentir Novo

Tenho um sentir novo
Um vazio na memória para encher
Com uma história.

De bruxos e Dragões
E uma linda princesinha
A encher-me de ilusões...

De cavaleiros andantes

Que correm por um sonho

Em terras distantes
Para além do tempo.

Por: Diogo Carneiro, Lúcia Ribeiro


Barreiras são criadas e muralhas erguidas. O peito fechado, a cabeça bloqueada, e assim se sobrevive. Fechada às emoções, aos sentimentos, aos acontecimentos. Tudo por medo. Não é saudável. A vida dói, bate, dá pontapés. Justifica, o medo, tudo isto? Preparar o coração para o que vem de mau, dizem. Se já se estiver a contar com o pior, não dói tanto. Mas eu começo a acreditar no karma: tanto acredito no pior, que o que é bom vai deixando de acontecer.
Nada justifica, então. Abrir portas, abrir ideias, abrir mentalidades. Mesmo que tudo falhe, mesmo que a noite desça, mesmo que o sol se ponha. Porque um dia, sei que, se acreditar no que é bom, coisas boas vão acontecer .

A vida é um constante treino, uma preparação para o dia seguinte, a hora seguinte, o minuto, o segundo. E se perder demasiado tempo a fugir, nunca vou estar pronta, e o climax da minha vida nunca chegará.


Entretanto, vou sonhando com elfos, dragões e bruxas. Vou esperando pelo dia em que vou voar.

E pelo menos ... já fui princesa por um dia.






sábado, 7 de novembro de 2009

Vazio no Peito

Sinto o Outono a chegar,
enquanto o que há de bom em mim murcha,
e dá lugar às noites frias e escuras do Inverno





Incrível como já passou quase um ano desde que vos comecei a deixar as minhas mensagens e pensamentos. Puderam acompanhar os meus altos e baixos, as minhas alegrias e tristezas, os meus valores e crenças, quase como se este blog fosse um resumo do meu diário. Seria natural que, ao longo deste ano, eu tivesse feito progressos! Cresci, acabei a faculdade, comecei a trabalhar. Mas por dentro, bem fundo, estou igual, ou se calhar, até pior. Sinto-me a retroceder e não a avançar. Por isso mesmo, decidi chamar a este post "Vazio no Peito".

Se tivesse de descrever por palavras o que sinto neste momento, não conseguiria. É um estado de espírito tão negro, tão sombrio, que se tornou físico. Tenho um ardor na alma, uma gaiola no peito. É como se algo estivesse cravado no meu peito, uma mão, que tenta, a todo o custo, arrancar-me o pouco que resta do meu esburacado coração. Aos poucos, têem-me tirado a alma. Vivi sempre de acordo com o que "era melhor para mim" e não de acordo com o que desejava: perdi a alma, perdi a felicidade genuína. E agora, alguém me arranca o que resta do meu coração. Sim, porque parte dele já me foi arrancada. Está despedaçado, partido, esburacado. E agora, tenho uma mão, dentro do meu peito, que me magoa a todos os instantes, não me deixa dormir e não descansa, enquanto não arrancar o pouco que me resta. Os olhos ardem-me, as mãos tremem, o nervosismo inunda cada parte do meu ser.

Ontem, por instantes, achei que me ia sair o Euromilhões (acabei por não ganhar nem 1€). E incrivelmente, estava super bem disposta a pensar: vou comprar o meu próprio teatro, produzir as minhas peças, ser a proxima La Feria! E assim, serei feliz. Que parvoíce a minha!


A coisa que mais me mete medo no mundo não é a pobreza: é o vazio. Não quero ter o peito vazio no lugar onde devia estar o coração. Um dia, um bom amigo disse-me
"Tu já mais serás pobre, porque em espírito, já não o és". Mas e se perder o que resta de mim? Nao quero perder o amor, o desejo, a alegria. E sinto tudo isso cada vez mais distante de mim. Estou a afundar-me, cada vez mais fundo, num mar escuro e assustadoramente vazio.

Não consigo deixar de pensar no mundo como um lugar injusto e isso, devora-me o ser.