terça-feira, 30 de março de 2010

Ljubljana e o Paladar

Depois, queixo-me que não tenho vida porque passo o dia a lavar louça.


Apesar de sentir que esta cidade me continua a expulsar (é a terceira vez que o meu carro vai para arranjar), hoje decidi escrever algo leve.
Portanto nada mais leve do que falar de comida!!!!

Acreditem ou não, esta cidade está cheeeeia de comida italiana. Gastronomia eslovena é coisa que, em 6 semanas, ainda não conheci (a não ser uma sopa de bife de vaca). Portanto, comida italiana e fast food é aquilo que se pode encontrar em cada esquina.

Mas como verdadeira portuguesa que sou, não podia deixar de vir para aqui sem o tão desejado bacalhau e umas farinheiras. Portanto, cá me consolo a cozinhar para mim. Deixo-vos umas imagens (é tudo feito de raiz!).

Bacalhau com Natas




Ravioli com legumes




Salmão assado



Arroz de Frango



Pescada assada




Empadão de carne




Ainda não baptizei esta minha invenção



Bolo de chocolate





E claro, não podia faltar: a bela FEIJOADA!
Completamente improvisada devido à dificuldade em arranjar os ingredientes certos, este foi o resultado de 2 horas na cozinha com mais 4 portugueses.

E soube-nos pela vida!!

domingo, 21 de março de 2010

Prioridades

Ontem vi este filme.




Cada um tem as suas prioridades. Mas será que no fim, não converge tudo?

Para mim a prioridade é a família. Para a maioria das pessoas que me rodeiam agora, a prioridade é o trabalho. Mas quando acontece algo extremo, uma coisa muito má, será o trabalho mais importante do que a família?

Qual é afinal A prioridade?



(Já agora, já ouvi muitas músicas que falem de amor, mas nenhuma que fale de trabalho)

terça-feira, 16 de março de 2010

Home Sick


Hoje perguntaram-me se estou 'home sick' .... Naquele momento nem por isso... mas agora... agora estou.

Hoje foi um dia mau ... Daqueles dias que apetece apagar da memória e custa chegar a casa e não ter ninguém à espera.

Hoje pela primeira vez, pensei seriamente em desistir e voltar. Porque não acho que desistir seja para os fracos, acho que simplesmente há momentos em que já não há nada a fazer.

Hoje estou com medo. Tremo, estou nervosa, ansiosa. Só de pensar no amanhã fico apavorada e receio não conseguir passar outro dia assim e manter o equilíbrio.

Hoje o tempo voa. O amanhã aproxima-se à velocidade da luz. Não é justo.

sábado, 13 de março de 2010

Paciência

Sempre ouvi dizer que a paciência é um dom do ser humano. Ter capacidade para ouvir e respeitar, ainda que não se concorde, ter a capacidade de ensinar com consideração pela dificuldade/facilidade de compreensão do outro, ter a capacidade de esperar. Infelizmente, nem toda a gente nasce com o dom da paciência.

Mas afinal o que é um dom? Eu não acredito que os dons ou se têm ou não se têm. Eu acredito sim no trabalho e perseverança. 90%trabalho e 10%dom. Claro que há pessoas extremamente dotadas: com muito mais facilidade para certas tarefas ou desafios. Mas não acredito que aquelas pessoas que nascem sem nenhum talento especial, nunca possam vir a tornar-se verdadeiramente talentosas. E tal como todos os dons, acredito que a paciência também se trabalha. Eu nunca fui muito paciente a nível pessoal mas assim que se tornou essencial que o passasse a ser a nível profissional, eu aprendi a sê-lo. O problema é quando, por algum motivo, há pessoas que passam toda sua vida sem serem ensinadas a ser pacientes. Por algum motivo, sempre passaram ao lado de tudo e nunca foi essencial na suas vidas aprender. E quando chega aquele momento em que isso interfere com a vida dos outros, já não lhes interessa. "Quem está mal que se mude" é o seu lema. E nunca reflectem por um segundo, que pode ser a sua incapacidade de ser paciente que está mal. Já alcançaram o que tinham a alcançar e já não há interesse nem utilidade em tornarem-se pacientes só porque os outros se sentiriam melhor com isso.

A falta de paciência torna as pessoas desumanas, frias e insensíveis. Fico feliz por ter aprendido a ser paciente, ainda que muitas vezes me corroa o estômago!


Imaginem se Jesus não tivesse tido paciência!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Escolhas?


Queridos amigos;

Decidi escrever hoje de forma muito directa e pessoal. Portanto, cá vai.

Escolhas. Estava hoje a pensar se acredito na palavra escolha. E sinceramente não cheguei a qualquer conclusão. Não acho que as coisas da vida sejam uma obrigatoriedade. Acredito sim, que tudo é possível. Com jeitinho, força de vontade e dedicação tudo se faz. E o resto, é uma questão de bom senso.
Hoje estava a "conversar" (escrevo desta forma porque infelizmente as minha conversas aqui não duram mais que uma frase já que as pessoas falam em esloveno constantemente e apenas me traduzem pequeno troços de conversa que pouco dão para comentar) e falava-se sobre as mulheres com sucesso na vida. E eu comentei que achava tão injusto não serem dadas as mesmas oportunidades a mulheres e homens. Um homem pode ter filhos e ser director de uma empresa. Já uma mulher ou tem filhos ou é directora de uma empresa e mesmo assim, tem mais dificuldade em chegar lá do que um homem com 5 filhos. E alguém que participava na conversa disse directamente: "As coisas não são assim. Tem de se escolher, não se pode ter tudo. Tens de saber à partida logo se queres ter família ou carreira". E eu, que entretanto aprendi a calar-me (coisa que nunca fiz e que faço agora com muita relutância), engoli e fiquei sossegadinha no meu lugar. Mas aquela intervenção mexeu comigo de tal forma, que não pude deixar de escrever sobre ela.
Irrita-me haver pessoas que pensam assim e irrita-me que impunham estes limites e barreiras. Irrita-me que um homem que fique em casa a tomar conta dos filhos seja dado como exemplo ao argumento 'não é bem assim' (além de ser considerado um herói) mas que uma mulher que fique em casa com os filhos seja considerado algo normal e comum. Irrita-me. Irrita-me pensar que, por mais que me esforce neste mundo, vai sempre haver gente a erguer-me barreiras para não me deixar passar só porque sou diferente. E um dia, não sei como, (e há-de sair-me o euromilhões), eu vou abrir o meu negócio, vou ser grande, vou ter família e vou rir-me e mostrar a todos que é possível porque eu NUNCA irei escolher. Eu QUERO ter tudo e não vou deixar de tentar só porque me dizem que NÃO.

E como eu diria aqui: I'm pissed of!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Živijo from Ljubljana


Pois é... parece que ainda ontem me estava a despedir da minha casa e já vou na terceira semana de trabalho em Ljubljana.




Mudança

Trocar de carro, trocar de casa, trocar as calças de gan
ga favoritas. É sempre difícil deixar aquilo a que já nos habituámos, a que chamámos lar, onde nos sentíamos confortáveis. Mas a mudança faz parte da vida e, quando o carro deixa de funcionar, a casa passa a ser pequena e as calças deixam de servir, há que mudar! E custa a habituar ao que é novo, a ver o novo como lar, com conforto. Mas com tempo, amor e persistência, tudo é possível!














Degraus


Todos os caminhos têm obstáculos e partes mais difíceis d
o que outras. O meu caminho está atravessar uma parte mais complicada e, enquanto pensava numa boa metáfora para o definir, a palavra 'degraus' veio-me à cabeça. Porque não se trata de pedras, nem de curvas mas sim daqueles degraus que nos levam ao 15º andar de um prédio sem elevador e que, a partir do 5º, nos fazem parar em cada lance de escadas para descansar. As pernas doem, os músculos queixam-se mas lá em cima é que fica o 'lar', portanto há que lá chegar. Eu estou a subir degraus, não sei quantos já subi nem quantos me faltam mas sei que estou ansiosa para ver o que me espera no topo.













Harmonia

É preciso adaptação quando há mudança.É preciso equilíbrio q
uando se sobem degraus. Não vou até ao 15º andar de saltos altos (embora me desse muito estilo!), obviamente que escolho sapatilhas (ou para as pessoas do Sul, ténis). Não vou subir degraus indefinidos sem levar água, sem me preparar para a caminhada. Nem consigo fazer uma mudança sem coração aberto e mente disponível!
Portanto, é preciso harmonizar, balancear, conjugar. Eu vou para ali, do que preciso? O que pode fazer-me sentir mais confortável, o que me facilita a caminhada?
Eu ainda estou à procura do equilíbrio, daquilo que vai tornar mais fácil a minha transição, mas vou caminhando pouco a pouco! Se não tenho sapatilhas, vou descalça! Pode não ser tão confortável mas há que saber jogar com o que se tem! E pouco a pouco, hei-de chegar. Onde, não sei. Mas hei-de chegar!